Reflexões

2ª MARCHA DAS VADIAS EM SÃO LUÍS

O movimento da “Marcha das Vadias” iniciou-se em 2012, no Canadá, e teve origem com a slutwalk (caminhada das vadias), organizada em resposta à justificativa dada por um policial de que meninas de uma universidade canadense estavam sendo estupradas porque se vestiam como “vadias”. As manifestações se estruturaram sob o lema de que “se ser livre é ser vadia, então somos todas vadias”, questionando a culpabilização das mulheres que sofrem com a violência sexual.

No Brasil, a cada 2 minutos, cinco mulheres são espancadas; a cada 12 segundos, uma mulher é estuprada. A violência sexual é uma realidade, um drama e um trauma na vida de inúmeras mulheres. Os dados concretos são bem maiores, uma vez que muitas mulheres não têm coragem de denunciar. Isso acontece porque, além de não haver um atendimento institucional especializado às mulheres que passam por esse tipo de violência, é muito recorrente que a responsabilidade pelas agressões seja atribuída à própria mulher vitimizada, como se ela tivesse permitido ou provocado tal ação. Estamos na Marcha das Vadias para dizermos que as mulheres não são culpadas e sim vítimas!

O Mapa da Violência 2012 revelou que entre os anos de 1980 a 2010, foram assassinadas no Brasil cerca de 91 mil mulheres, sendo 43,5 mil apenas na última década. Em 30 anos, o número de mortes passou de 1.353 para 4.297, o que representa um aumento de 217,6%.

No dia 8 de março, o governo Dilma anunciou a criação do Projeto “Mulher: Viver sem Violência”. No entanto, os investimentos ainda são muito baixos, pois possibilitam a criação de apenas 27 casas abrigos, nas capitais, para as vítimas de violência, enquanto o maior número de homicídios está concentrado em outras cidades.

Se esta é uma demonstração da ausência de políticas públicas mais eficazes para as mulheres no âmbito federal, da omissão dos governos, o que dizer então de um estado como o Maranhão, que assim como o país, tem uma mulher no mais alto cargo do Poder Executivo? O que dizer sobre a situação das mulheres trabalhadoras em um estado dominado por uma oligarquia há mais de quarenta anos?

A situação destas mulheres não destoa do restante do país. O quadro de violência contra a mulher no Maranhão é um exemplo de que o machismo segue crescendo e que o governo federal e os estaduais nada têm realizado no sentido de modificar socialmente esta questão.

Dados preliminares do próprio Governo do Estado revelam que o número de mulheres mortas de forma violenta é superior ao de detentos assassinados no sistema carcerário maranhense. As informações preliminares da Secretaria Estadual da Mulher (SEMU) revelam que foram 54 os homicídios em delegacias e presídios do estado, contra pelo menos 62 casos de mulheres brutalmente assassinadas. Mais de 25% das mulheres foram mortas de forma cruel pelos seus parceiros.

Assim, nós mulheres maranhenses, negras, brancas, quilombolas, indígenas, camponesas, estudantes, trabalhadoras, prostitutas, lésbicas, transgêneras, convocamos toda a sociedade para marchar junto conosco, por um mundo livre, igualitário e sem opressões!

Todas somos vadias!

Marcha das Vadias 2013 – São Luís
Concentração: No parquinho da Litorânea
Dia 20/07, às 14h.


OBS: Divas esse texto foi copiado da página oficial do facebook da Marcha das Vadias em São Luís do MA com autorização da responsável pela MARCHA na Ilha! (obrigada)

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